Logo de cara, outras coisas que também chamam a atenção são o visual e edição ousada, mas será na atualização relevante da narrativa – com comentários políticos e sociais bem diretos que podem ser lidos como críticas ao conservadorismo atual, tendo a abordagem bastante realista como a chave que atingirá a mente de todos. E, mesmo que a série se passe em uma realidade alternativa, ela é muito semelhante à nossa.
Trinta anos após os eventos finais da HQ (e do filme de Zack Snyder), os vigilantes mascarados ainda estão nas ruas e ajudam a polícia. Eles são heróis anônimos, mas agora são pessoas comuns, com vidas normais. Os fãs certamente irão vibrar com a precisão dos detalhes e as referências, onde está explícita a paixão de Lindelof pela obra de Alan Moore (que por sinal não deve estar muito bravo, pois seu material original é fielmente respeitado). Porém, aos que não conhecem o universo da HQ, Watchmen também funciona muito bem como uma série derivada e independente.
Em um momento em que, as obras baseadas em quadrinhos podem entreter a partir de um novo conceito, embaladas por aquele real e visceral Coringa, Watchmen é brilhante na medida em que entrega uma experiência nessa mesma intensidade. Com momentos impactantes, ótimas atuações (especialmente da protagonista Regina King e de Jeremy Irons, o Ozymandias) e elementos técnicos de respeito (Figurinos, trilha sonora, fotografia, etc.), a série da HBO nós entrega uma história promissora cujo caminho ninguém faz ideia onde vai dar, mas, de forma muito inteligente, instiga a pensar, mantendo a audiência interessada e atenta.
Veremos como essa história desenrolará. Os plots envolvendo a Sétima Cavalaria (extremistas/supremacistas), Ozymandias (que certamente está tramando algo grande), Doutor Manhattan e o assassinato no fim do episódio piloto nos deixam curiosos e ansiosos, com uma alta expectativa para os próximos episódios.